Comecei uma corrida única, onde cada passo me afastava mais dela, cada passo me pedia para dar outro e outro, continuar me distanciando o máximo daquilo que parecia ser minha doença particular. Enquanto meu sistema neurológico dizia "continue correndo", meu corpo correspondia prontamente, o sorriso no meu rosto denunciava o bem que estava fazendo a mim mesmo. Me senti como o alcoólatra que diz "não" para o copo de uísque cheio, como o assassino que solta a arma, como o poeta que rasga a página do poema que o aflige. Uma aura única corria ao meu redor: me sentia justificado.
Lacan não explicaria melhor minha abordagem comportamental, meu vício foi diagnosticado na corrida, eu precisava me medicar. E nenhum fármaco do mundo já inventou um remédio para os males do coração. E nesse epifania louca eu percebi: quanto mais corria para longe, mais meu coração se sentia confortável. A cura que parecia impossível se tornou um pouco mais viável hoje.
Minhas pernas precisam começar a responder minha vontade de correr pra longe, tal como o citado.
ResponderExcluir"E nenhum fármaco do mundo já inventou um remédio para os males do coração."
Quero sentir o conforto dessa cura. Deus sabe o quanto desejo isso...
Tiago de Deus, que lindo!
Minhas pernas precisam começar a responder minha vontade de correr pra longe, tal como o citado.
ResponderExcluir"E nenhum fármaco do mundo já inventou um remédio para os males do coração."
Quero sentir o conforto dessa cura. Deus sabe o quanto desejo isso...
Tiago de Deus, que lindo!