domingo, 21 de agosto de 2011

Noites de Domingo

Estava aqui me perguntando como existem alguns momentos únicos. Sabe quando você está andando na rua, e passa do lado de alguém? Qualquer pessoa que você nunca viu. Vocês já pararam pra pensar que talvez, ali, quando você cruza o caminho da pessoa, talvez, você nunca mais verá essa pessoa? Essas coisas que deixam os momentos únicos, me fazem viajar em pensamentos.

Quando você passa do lado de uma mãe, com um bebê no colo. Faz uma gracinha pra ele, e vê ele sorrindo, com aquela carinha angelical. Talvez você nunca mais veja aquela carinha linda. É a singularidade desse momento que entra em conflito pra mim. Talvez, daqui dez anos, você veja aquele bebê de novo, na rua, mas ele vai estar grande, então provavelmente você não o reconhecerá. Daí me faz pensar, talvez as crianças de dez anos que vejo na rua são bebês que vi a dez anos atrás em alguma outra rua.

Esses momentos são exclusivos. O que me faz pensar também, em como deixamos alguns momentos, não tão únicos, passarem de forma corriqueira. A forma que levamos a semana por exemplo. Vivemos na segunda, sempre esperando que a sexta chegue logo, e esse intervalo de tempo, nada mais é do que um sacrifício que pensamos fazer para que tenhamos o final de semana. Olha que coisa triste! É deprimente pensar que vivemos apenas dois, ou três dias de uma semana de sete. Pensamos que estamos estagnados no tempo, e ele quase nunca está a nosso favor.

"Olhe para as estrelas, perceba como elas brilham pra você." Sinta o cheiro do vento, veja como ele é puro pra você. Perceba as pessoas que te amam, pois a singularidade no amor delas pode ser, não só prazerosa, como recíproca. Olhe pra si mesmo no espelho. Perceba que, além da imagem que você vê, existem seus olhos que, até então, pode enxergar isso. Bata palmas, sinta o som entrar por seus ouvidos. Escute uma boa música, veja como a música muda o dia de alguém, acredite na música.

Pegue um papel em branco. Um lápis. Comece a escrever algo que você não pensou antes. Deixe o papel riscar o grafite, e assista o que vai acontecer. Veja como o céu brilha, pra você, e escreva sobre isso, por exemplo.
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Aproveite as segundas, as terças, as quartas, as quintas. Aproveite os momentos que passam pra você, por que eles só acontecem uma vez. Seja feliz!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Rosas Prateadas, Quartos Trancados e Geografia.



Numa tarde pensando nas ondas que batiam em você, escrevi uma canção. Cafona? Talvez. Mas o frio assolava meu corpo e minha mente fervia em idéias. Em pensamentos. Em imaginação. Em liberdade.

Pensei que em ruas e avenidas, em cidades, bairros e principalmente em vilas. Mas elas não queriam saber disso. Na verdade elas não estavam nem um pouco interessadas em minhas posições geográficas. Mas eu lia a poesia do meu coração, intermitente, piscando e voltando a tona. Um sentimento que não oscilava.

Nunca fui bom em falar do meu amor. Sempre fui bom em falar do amor dos outros. Mas poucos versos não descrevem uma história tão grande, ao menos pra mim. Como li hoje, aquelas três palavras, que matam dois corações, são ditas de boca pra fora todos os dias por milhões de pessoas que realmente não querem dizer isso. A questão é que amor é algo que não finda. Não acaba. Tudo suporta, tudo crê, tudo espera.

Vesti minhas melhores idéias. Coloquei na mochila uma porção de coragem e uns livros sobre abordagem. Não adiantaram de nada. Daí pensei, rosas. Algo que as pessoas não procuram hoje em dia. Algo que não se usa presentear mais desde algumas décadas. Achei sensacional. Escolhi com carinho, apesar de não ser muito bom em escolhas. Coloquei perdão nas rosas, e nas margaridas coloquei afeto. Encapei numa embalagem cheia de trabalho e envolvi num laço de desculpas.

O laço que foi o erro.

Dei laços por compor músicas de amor de mais, por escrever histórias de mais, por pensar de mais. Dei laços por ligações não atendidas, por mensagens não respondidas e por cartas rejeitadas. Dei laços por sonhos mal sonhados, por frases inacabadas e por tempos de glória em atos.

Dei laços nessa história e resolvi pensar de novo.

Me vesti de coragem e liguei novamente. Naquele barulho intermitente você não atendeu. Me acolhi no violão de repente,  e outra história completamente diferente apareceu. Deu vontade de gargalhar. Tá virando poesia.

Minha mãe disse, sai desse quarto, sai dessa vida. Eu vi que a vida que ela falava era a do meu quarto. Filosofei de mais. Percebi que na minha vida real eu não saio do quarto. O quarto é o coração. Eu me acostumei a trancar a porta. Escrevi sobre trancas minha vida inteira, e quando comecei a deixar a porta aberta começou a dar errado. Que universo paralelo injusto, certo?

Voltei pra sala de estar. Deixei a porta do quarto aberta. Afinal, seria um hipócrita dizer agora que "a porta está fechada e não tem volta", ou então dizer "nunca tinha aberto de verdade". Isso é pura hipocrisia dos que não encaixam na poesia dos românticos de Vander Lee.

Pensei que isso era uma carta, não é. Não se endereça cartas à praças. Em praças não existem cometas. Mas não foi ilusão. Ela ainda está lá. Digamos que ela só prefere coisas diferentes agora. Mas ainda é a mesma linda, inteligente, simpática, de bom coração e beleza estonteante que conheci numa esquina de acidente. Acidente de carro.

Me desafiei a acreditar que isso não era coisa que as pessoas dizem todos os dias. Eu poderia fazer muito mais se ela estivesse aqui. Não vou pedir desculpas de novo, minha parte eu já fiz. E por mais estranho que pareça, eu não vou mudar. Vou continuar sendo esse sonhador, esse musicista medíocre que escreve com o coração, esse aspirante a escritor de blog parado, esse cara que acha que a vida pode ser muito mais bonita do que a que o jornal diz. Tem tanta coisa que eu queria dizer. E na maioria das vezes, tem a ver.

Só sei que aqui, tem coisa que ainda não acabou. Acabou?

Canção e Mudança

Eu sou a mesma pessoa a dois anos. Mas as coisas mudam, com ou (na maioria absurda dos casos) sem o nosso consentimento. Os anos passam, as estações se vão. Alguns amigos ficam, outros somem, mas, a coisa que mais percebo hoje é que as pessoas mudam. Esse é o problema.

Quando comecei a escrever esse livro pensei: Tenho um lugar para pensar e devanear, algo para fugir da rotina. Acabou que não foi esse o resultado da Canção da Mudança. Em alguns momentos, esse livro que fazia da ficção meu aeroporto de idéias, foi algo distante de mim e obsoleto. Em alguns outros momentos, esses quais sinto como maioria, a Canção se tornou um esconderijo. Uma realidade alternativa.

A dois anos era alguém que se formava no ensino médio. Não sabia ao certo o que fazer da vida (e sinto que as pessoas mais legais também não sabem), estava numa fase fixa da minha vida. Cheio de amigos, e principalmente, estável. Obviamente coisas que eu não sabia, afinal, ainda não aprimorei meus dons de vidente senior, aconteceriam naquele final de 2009, que tanto me recordo. Como um cometa que passou em dezembro (dispenso marcas registradas na utilização desse termo, fanáticos em OTH). Foi o momento em que resolvi me dedicar mais preferencialmente a Canção da Mudança.

Esses anos se passaram e vejo hoje que realmente, muita coisa mudou. Não só as coisas que achava serem relativas, como meus estudos, meu trabalho e minhas ambições. Mas o que mais mudou foram as pessoas. Mudaram de casa, de namorados e namoradas, de gostos musicais e cores favoritas, e principalmente, de amizades. Essas coisas eu não poderia prever.

Me sinto realizado em partes. Nesse tão falado ano, tinha alguns sonhos e metas nos bolsos, notas de músicas que compunha e trechos da Canção da Mudança. Muito papel de rascunho e pouca cola psicológica pra juntar esses pedaços e transformá-los em algo que prestasse.

Mas hoje sinto como se voasse alto. Tenho motivos para agradecer a Deus as coisas que Ele me deu de bandeja. Depois de anos tocando por puro prazer, vou à estúdio ainda esse ano. Tenho recebido emails de pessoas que acompanham esse blog, perguntam sobre o livro, e uns até se interessaram em publicar algumas das histórias postadas aqui alguns jornais e blogs ramificados deste.

As vezes penso: "Será que não levei isso a sério de mais?" Digo, olhe o que me tornei. Alguém viciado em música, que compõe e escreve as avulsas. Leio sempre que posso e as vezes, até de mais. Não sei se sou o melhor que posso ser, pra falar verdade, acho que não sou melhor que ninguém. Mas não faltou força de vontade pra tentar ser esse alguém.

O que sinto vontade de dizer agora é: Muito obrigado a vocês, que passaram esses anos comigo. Aos que participaram efetivamente das mudanças e canções da minha vida, e os que não fizeram tanta presença assim. Vocês contribuíram de uma maneira incomensurável. Os que leram esses posts e deram suas opiniões, meu muito obrigado.

É isso. Não é o fim de algo. É só um agradecimento. Por que agora, mais do que nunca, sinto como se as duas palavras que definem minha vida são: canção, e mudança.