sexta-feira, 23 de março de 2012

23 de Janeiro. (Carta)


Naquele dia, lembro-me de ter acordado e passado o dia na casa do meu primo. Conversando com ele sobre coisas inúteis e pensando na vida a partir dali. Coisas de primo. E quando a tarde chegou, a fome bateu, decidi ir pra casa. Quando cheguei em casa, lembro-me também de ler trechos de um bom livro, na época era o Morro dos Ventos Uivantes, e me cativar com a história. No facebook havia atualizações que não tinha lido, e coisas que não tinha respondido, uma delas sobre a festa, nessa mesma segunda.

Eu já queria ir, estava esperando meu pai chegar pra falar com ele. Ele demorou um pouco mais do que o previsto, o que quase me desanimou. Caso isso acontecesse ia ligar pra minha querida aniversariante, e desejar o melhor pra ela, mas seria complicado ir lá. Acabou que meu pai chegou e decidi ir.

No ônibus, a caminho do Outback, fui ouvindo música. Cheguei lá com o fone ligado ainda, um dos primeiros a chegar, mesmo estando atrasado meia hora. Naquele dia ouvia no celular Newton Faulkner, músicas que falava sobre coisas inesperadas em lugares inesperados, acontecimentos inusitados em horas indeterminadas. Basicamente? A vida.

Sem romantismo: Quando eu te vi, não sabia o que dizer.

Um círculo de amigos inusitado, uma aniversariante da qual a saudade era grande, uma vontade louca de sentar numa roda e por o papo em dia, o que acabou nem acontecendo... Você mudou o curso daquele dia. E o curso dos meus dois últimos meses.

O efeito que você provocou na minha vida, não posso descrever. Dia 23 de janeiro, às 22h aproximadamente, numa segunda feira qualquer, Deus tentou me avisar que a felicidade pra mim estava perto, eu só precisava olhar a vida com mais atenção.

E as circunstâncias nos trouxeram até aqui, e fico feliz por isso, mas acho que o que mais me define seria "grato". Eu tenho meio jeito específico de assistir a vida acontecer, um jeito que as vezes me atrapalha, mas eu fico pensando... Se naquela segunda feira, eu não tivesse ido. Como estaria minha vida agora. Como eu seria.

Quando comecei a pensar nisso, percebi o quanto você me mudou. Pra melhor. Desde o dia que te conheci, percebi várias coisas novas, e algumas já sabia, mas o tempo tinha me feito mudar de ideia. Percebi que o que a gente quer, não vem fácil. Que quando se gosta a gente tem que brigar por aquilo. Que nem sempre a vida espera você na varanda com um "seja bem vindo", pelo contrário. As vezes ela diz pra gente "se acomodar é mais fácil, volte pra casa."

E no fim de tudo, eu me arrisquei. Quis ser o melhor que podia, primeiro por mim, e depois por você. Obrigado por ser pra mim algo tão além do que posso descrever em texto. Algo além do que posso dizer em palavras, mas algo que não chega perto do que meu coração sabe expressar.

A verdade é que dia 23 de janeiro mudou meu rumo. Dia 23 de fevereiro foi um dos melhores dias que me lembro ter. E hoje, 23 de março, estou aqui escrevendo pra você que se depender de mim flor, todo dia pra mim vai ser um 23.

Obrigado por ser isso tudo, e um pouco mais.

4 comentários:

  1. Amei o texto, as melhores coisas na vida acontecem de repente, sem esperarmos, às vezes por não criarmos expectivas desse momento, nos surpreendendo é o que faz isso perfeito.

    shakespearementiu.blogspot.com

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    1. É essa a ideia que queria passar, a relevância de cada momento inesperado depende dos olhos que assistem! Basta saber encarar a beleza. Obrigado pelo comentário! Irei conferir seu blog. :)

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  2. O gosto melado do de repente é tão bem vindo quanto uma fresta no quarto escuro. Deus é mesmo criativo na hora de apresentar pessoas, melhor ainda quando vêm pra ficar, modificar. Amei seu texto! (Agora conta a novidade. rs)

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    1. Pra mim sempre é novidade! rs Obrigado por estar sempre por aqui.

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