segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Rosas Prateadas, Quartos Trancados e Geografia.



Numa tarde pensando nas ondas que batiam em você, escrevi uma canção. Cafona? Talvez. Mas o frio assolava meu corpo e minha mente fervia em idéias. Em pensamentos. Em imaginação. Em liberdade.

Pensei que em ruas e avenidas, em cidades, bairros e principalmente em vilas. Mas elas não queriam saber disso. Na verdade elas não estavam nem um pouco interessadas em minhas posições geográficas. Mas eu lia a poesia do meu coração, intermitente, piscando e voltando a tona. Um sentimento que não oscilava.

Nunca fui bom em falar do meu amor. Sempre fui bom em falar do amor dos outros. Mas poucos versos não descrevem uma história tão grande, ao menos pra mim. Como li hoje, aquelas três palavras, que matam dois corações, são ditas de boca pra fora todos os dias por milhões de pessoas que realmente não querem dizer isso. A questão é que amor é algo que não finda. Não acaba. Tudo suporta, tudo crê, tudo espera.

Vesti minhas melhores idéias. Coloquei na mochila uma porção de coragem e uns livros sobre abordagem. Não adiantaram de nada. Daí pensei, rosas. Algo que as pessoas não procuram hoje em dia. Algo que não se usa presentear mais desde algumas décadas. Achei sensacional. Escolhi com carinho, apesar de não ser muito bom em escolhas. Coloquei perdão nas rosas, e nas margaridas coloquei afeto. Encapei numa embalagem cheia de trabalho e envolvi num laço de desculpas.

O laço que foi o erro.

Dei laços por compor músicas de amor de mais, por escrever histórias de mais, por pensar de mais. Dei laços por ligações não atendidas, por mensagens não respondidas e por cartas rejeitadas. Dei laços por sonhos mal sonhados, por frases inacabadas e por tempos de glória em atos.

Dei laços nessa história e resolvi pensar de novo.

Me vesti de coragem e liguei novamente. Naquele barulho intermitente você não atendeu. Me acolhi no violão de repente,  e outra história completamente diferente apareceu. Deu vontade de gargalhar. Tá virando poesia.

Minha mãe disse, sai desse quarto, sai dessa vida. Eu vi que a vida que ela falava era a do meu quarto. Filosofei de mais. Percebi que na minha vida real eu não saio do quarto. O quarto é o coração. Eu me acostumei a trancar a porta. Escrevi sobre trancas minha vida inteira, e quando comecei a deixar a porta aberta começou a dar errado. Que universo paralelo injusto, certo?

Voltei pra sala de estar. Deixei a porta do quarto aberta. Afinal, seria um hipócrita dizer agora que "a porta está fechada e não tem volta", ou então dizer "nunca tinha aberto de verdade". Isso é pura hipocrisia dos que não encaixam na poesia dos românticos de Vander Lee.

Pensei que isso era uma carta, não é. Não se endereça cartas à praças. Em praças não existem cometas. Mas não foi ilusão. Ela ainda está lá. Digamos que ela só prefere coisas diferentes agora. Mas ainda é a mesma linda, inteligente, simpática, de bom coração e beleza estonteante que conheci numa esquina de acidente. Acidente de carro.

Me desafiei a acreditar que isso não era coisa que as pessoas dizem todos os dias. Eu poderia fazer muito mais se ela estivesse aqui. Não vou pedir desculpas de novo, minha parte eu já fiz. E por mais estranho que pareça, eu não vou mudar. Vou continuar sendo esse sonhador, esse musicista medíocre que escreve com o coração, esse aspirante a escritor de blog parado, esse cara que acha que a vida pode ser muito mais bonita do que a que o jornal diz. Tem tanta coisa que eu queria dizer. E na maioria das vezes, tem a ver.

Só sei que aqui, tem coisa que ainda não acabou. Acabou?

3 comentários:

  1. TENHO UMA COISA PRA DIZER SOBRE TUDO ISSO:Vou continuar sendo esse sonhador, esse musicista medíocre que escreve com o coração..
    Parabens pelo post man!!!!

    ResponderExcluir
  2. e eu continuarei sendo o leitor deste blog parado, mas com bastante conteúdo, sensacional o post, muito bom mesmo!

    ResponderExcluir