segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Canção e Mudança

Eu sou a mesma pessoa a dois anos. Mas as coisas mudam, com ou (na maioria absurda dos casos) sem o nosso consentimento. Os anos passam, as estações se vão. Alguns amigos ficam, outros somem, mas, a coisa que mais percebo hoje é que as pessoas mudam. Esse é o problema.

Quando comecei a escrever esse livro pensei: Tenho um lugar para pensar e devanear, algo para fugir da rotina. Acabou que não foi esse o resultado da Canção da Mudança. Em alguns momentos, esse livro que fazia da ficção meu aeroporto de idéias, foi algo distante de mim e obsoleto. Em alguns outros momentos, esses quais sinto como maioria, a Canção se tornou um esconderijo. Uma realidade alternativa.

A dois anos era alguém que se formava no ensino médio. Não sabia ao certo o que fazer da vida (e sinto que as pessoas mais legais também não sabem), estava numa fase fixa da minha vida. Cheio de amigos, e principalmente, estável. Obviamente coisas que eu não sabia, afinal, ainda não aprimorei meus dons de vidente senior, aconteceriam naquele final de 2009, que tanto me recordo. Como um cometa que passou em dezembro (dispenso marcas registradas na utilização desse termo, fanáticos em OTH). Foi o momento em que resolvi me dedicar mais preferencialmente a Canção da Mudança.

Esses anos se passaram e vejo hoje que realmente, muita coisa mudou. Não só as coisas que achava serem relativas, como meus estudos, meu trabalho e minhas ambições. Mas o que mais mudou foram as pessoas. Mudaram de casa, de namorados e namoradas, de gostos musicais e cores favoritas, e principalmente, de amizades. Essas coisas eu não poderia prever.

Me sinto realizado em partes. Nesse tão falado ano, tinha alguns sonhos e metas nos bolsos, notas de músicas que compunha e trechos da Canção da Mudança. Muito papel de rascunho e pouca cola psicológica pra juntar esses pedaços e transformá-los em algo que prestasse.

Mas hoje sinto como se voasse alto. Tenho motivos para agradecer a Deus as coisas que Ele me deu de bandeja. Depois de anos tocando por puro prazer, vou à estúdio ainda esse ano. Tenho recebido emails de pessoas que acompanham esse blog, perguntam sobre o livro, e uns até se interessaram em publicar algumas das histórias postadas aqui alguns jornais e blogs ramificados deste.

As vezes penso: "Será que não levei isso a sério de mais?" Digo, olhe o que me tornei. Alguém viciado em música, que compõe e escreve as avulsas. Leio sempre que posso e as vezes, até de mais. Não sei se sou o melhor que posso ser, pra falar verdade, acho que não sou melhor que ninguém. Mas não faltou força de vontade pra tentar ser esse alguém.

O que sinto vontade de dizer agora é: Muito obrigado a vocês, que passaram esses anos comigo. Aos que participaram efetivamente das mudanças e canções da minha vida, e os que não fizeram tanta presença assim. Vocês contribuíram de uma maneira incomensurável. Os que leram esses posts e deram suas opiniões, meu muito obrigado.

É isso. Não é o fim de algo. É só um agradecimento. Por que agora, mais do que nunca, sinto como se as duas palavras que definem minha vida são: canção, e mudança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário