segunda-feira, 30 de julho de 2012

Os invisíveis

As pessoas vêm e vão, exercendo seu primeiro direito como cidadãos. A cidade prossegue com seu barulho, os carros passam, a corrida desenfreada a procura da nova corrida continua. A sociedade não enxerga aqueles que estão lá, deitados pelas avenidas, sujos, famintos, sedentos, clamam por pessoas que nunca os ouvirão. Permanecem invisíveis aos olhos perfeitos. Apenas ignorados, estendem as mãos em direção ao céu, pedindo por ajuda. Fazem das esquinas, casas. Das pontes, mansões. Das ruas, lares. Ninguém parece perceber o clamor dos invisíveis. Pessoas normais, gente como a gente, pedindo esmolas e se tornando inalcançáveis. Parede de muro, paisagem concreta. Julgados por nós que temos um lugar a chamar de "lar". Eles não pedem muito. Na verdade, não pedem nada. Afinal, ser visto não é um pedido. É um abrir de olhos.

T.Rodrigues


"Um centavo ou um sorriso"

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